Marlúzio F. Dantas, 26 de janeiro de 2014, Nascido para Viver, vivi...
Vozes das ruas, grifos meus, a Quarta República.
"A maior conquista da luta de classes proletária em seu
desenvolvimento foi a descoberta do ponto de partida para a realização do
socialismo nas relações econômicas da sociedade capitalista. Com isso, o
socialismo passou de um "ideal" que esteve à frente da humanidade
durante séculos a uma necessidade histórica." Rosa Luxemburgo,
"Nas circunstâncias, é o que podemos fazer". A proposta da
presidenta Dilma por uma constituinte destinada exclusivamente a cuidar da
reforma política, e por um plebiscito capaz de oferecer um propósito claro às
manifestações de rua que marcaram a vida nacional na segunda quinzena de Junho
2013. Foram tão leves que viraram pó. Inegáveis são os resultados positivos
atingidos pelos governos do presidente LULA e DILMA nos últimos 11 anos. Os
avanços sociais promovidos precipitaram necessidades e demandas desconhecidas
até então, ao cabo de mais de um século de história, desde a República fundada
pelos generais.
Já passamos por três repúblicas, a primeira terminada com Getúlio Vargas
e logo deságua no Estado Novo. A segunda começa com a queda de Getúlio e se
encerra com o golpe civil militar de 1964. A terceira nasce com o fim da
ditadura, ampara-se, em uma democracia que mantém de pé a casa-grande e
senzala. Há um Brasil dentro do Brasil dos últimos 11 anos, que dá mostras de
não mais aceitar a injunção das circunstancias como entrave perene e fatal;
este Brasil dá mostras de amadurecer para a fundação da Quarta República.
Eis o dilema: “Como oferecer serviço público de qualidade para 200
milhões de brasileiros”? A Quarta República tem que responder a isso; novas
pesquisas indicam que Dilma Rousseff cresceu mais e está ladeira a cima na
intenção de votos e a da aprovação do governo. No primeiro caso, os 47 % de
hoje face aos 34 % de Julho de 2013, deixa a ilusão de que o governo está no
caminho certo. Pois, está muito acima do patamar histórico do PT nas eleições
presidenciais, quase sempre em torno de 34 %. Essa situação já provocou uma
desavença interna difícil entre nós petistas não sobre a candidatura em 2014;
mas, na mudança do DNA do governo Dilma.
Digo, fraternalmente, um final de primeiro mandato que alça o ministro
da educação Aloizio Mercadante para a Casa Civil, não aponta nada de novo e
sim, um grande retrocesso para um "possível" segundo mandato. A visão
de gestão do Estado de Mercadante, em nada difere dos governos de São Paulo,
portanto, do modelo tucano. Só para relembrar seu primeiro ato como Ministro da
Educação do governo Dilma foi fazer do modelo paulista de educação, o
modelo nacional.
Portanto, o modelo de gestão do Estado Brasileiro, pautado pelo viés da
competência técnica, na meritocracia e no rentismo implantado pela presidenta
Dilma exige transformações na gestão pública deste mesmo Estado.
"Ou ela faz ou fracassa!"